segunda-feira, agosto 16

"Cortar para não crescer" é uma expressão tão estúpida que se calhar nem existe.

quarta-feira, agosto 4

Festa do olho?

A cirurgia já lá vai. Falta a recuperação.
A tão esperada Festa do Olho já esteve mais longe :)
Agradeço a todos os amigos verdadeiros que me apoiaram nestes meses difíceis (eles sabem quem são), pois sem eles tudo teria sido muito mais complicado.

terça-feira, agosto 3

António Feio

António Feio deixou-nos no passado dia 29 de Julho aos 55 anos de idade depois de uma luta intensa contra o cancro. Foi um enorme actor e encenador português que apesar de nos deixar cedo demais, atravessou gerações.
No fim da vida, que adorava, com a sua atitude de tornar pública a sua brava luta contra a doença, foi uma fonte de esperança e inspiração para todos os que lutam pela sua saúde, bem como para aqueles que pensam que têm problemas ou que a vida não lhes corre como gostariam... Como já alguém disse, e bem, António Feio não perdeu a batalha... Ganhou.
R.I.P.

segunda-feira, maio 3

Pensamento positivo?

O que não me mata há-de me tornar mais forte.

sábado, abril 3

Bj?

É impressionante ver o desprezo com que os jovens de hoje, e não só, tratam a língua portuguesa. O exemplo mais flagrante são as mensagens que se trocam por telemóvel. Na verdade há quem pense que é "cool" escrever cenas com "k" e usar o "x" em vez do "s" (e por aí fora). Não querendo ser desagradável para essas pessoas, acho que é apenas uma maneira de disfarçarem o facto de na realidade não saberem escrever correctamente em português - mais vale enfiar uns "k's" lá pelo meio do que escrever mal a palavra. Ora é esse tipo de pensamento, que vou carinhosamente apelidar de diarreia mental, que colocou este país onde está hoje - algures entre o "x" e o "y" do alfabeto do desenvolvimento mundial. Isto leva a que, actualmente, se possa escrever qualquer parvoíce sem importar se está bem escrito ou não.
Mas se uma pessoa não sabe escrever correctamente, também não lê correctamente. E será que pensa correctamente? Não me parexe...
Como em terra de analfabetos quem tem um olho é que papa as gajas, tenho tentado, de alguma forma, tirar algum proveito deste analfabetismo colectivo. No fim das mensagens escritas que troco com as minhas amigas mando sempre um valente "bj". Elas pensam que estou a mandar um beijo, quando na realidade estou subtilmente a sugerir sexo oral. Até agora não rendeu, mas a coisa há-de entranhar no subconsciente de alguma mais tarde ou mais cedo...

quarta-feira, março 31

Rabinhos de meninos

Embora, felizmente, não seja baptizado, frequentei a catequese durante alguns anos durante a minha infância - graças a deus as catequistas eram todas do sexo feminino. Percebo agora porque é que nos obrigavam a ir à missa e nos diziam que o padre nos queria ver lá. Ainda bem que, não sendo baptizado, não me podia confessar. A ideia de ficar fechado numa cabine escura só com um padre velho é realmente asquerosa e assustadora.
Todos os dias se ouve falar de mais escândalos envolvendo abusos sexuais de menores por parte de padres, cónegos, bispos e dessa corja toda. Acho que é um exagero usar a palavra escândalo, quando é algo perfeitamente usual no meio.
Sempre achei a igreja hipócrita, antiquada e desprovida de sentido da realidade. Um mundo à parte que se alimenta das vidas dos menos afortunados. Se juntarmos a isto uma cambada nojenta e asquerosa de padres velhos a abusar de criancinhas, com que é que ficamos? Ainda por cima estes montes de esterco não pagam impostos nem declaram rendimentos... Que porra de merda é esta? Tá a sair guita do meu bolso para esses anormais? Quantas mais crianças é que terão de ser violadas até se acabar com esta palhaçada? É claro que a culpa é dos fieis... Mas fieis a quê, pergunto eu? A rabinhos tenrinhos? Ganhem juízo por amor de deus... (sim, eu escrevo deus com letra pequena).

segunda-feira, março 29

Gente da minha terra

Gente da minha terra é um programa de Rui Sinel de Cordes que está a passar actualmente na SIC Radical. Vi os 3 primeiros episódios e não consegui parar de rir do primeiro ao último momento. O seu humor negro e assumidamente de mau gosto é uma pedrada no charco neste nosso país de brandos costumes. Sem medo de ferir susceptibilidades e a tocar em temas considerados tabu pela nossa pacata sociedade marinada em hipocrisia, Rui Sinel de Cordes traz efectivamente algo de novo ao humor em Portugal, embora não lhe augure um grande futuro, pois por cá tudo o que é bom acaba depressa...

domingo, março 28

MC Snake

No passado dia 15 de Março, o rapper MC Snake foi morto por um polícia com um tiro nas costas, aparentemente numa operação stop de rotina. Um caso realmente infeliz e lamentável e cujos contornos estão ainda por esclarecer.
Mas será caso para evocar racismo como ouvi em declarações de algumas figuras públicas? E se tivesse sido ao contrário? A vítima branca e o polícia preto?
Acho que todo este ruído de fundo só serve para desviar a atenção do que realmente interessa - a incompetência e falta de preparação das nossas forças de segurança.

R.I.P.

domingo, fevereiro 14

Negrão

Porque é que em português se diz negrito quando metemos as letras mais gordinhas num editor de texto? Porque não dizemos simplesmente negro? Quando metemos as letras meio de lado não dizemos italicozito, pois não? Será racismo? Será por termos receio de conotar tão obviamente a raça negra com algo de maior espessura que o habitual como é o caso das letras gordinhas? Talvez daí tenha vindo o diminutivo negrito. Para contrabalançar... Acho que houve alguém que sugeriu negrão, mas levou 10 chibatadas e foi vendido na semana seguinte a uns espanhóis...

Em inglês a palavra é "bold". Fui ao tradutor da google ver quais as traduções possíveis para português e surgiram os seguintes resultados: arrojado, atrevido, audaz, corajoso, forte, vigoroso, íngreme e... negrito. Que raio? Acho que há aqui qualquer coisa que não encaixa...

sábado, fevereiro 13

T-Shirts




sexta-feira, fevereiro 12

Cagalhão Rock

Fiquei com a sensação que depois do último post o blog ficou um bocado apaneleirado... Para cortar esse sentimento, anuncio hoje em primeira mão que o blog "morte & vários" se associou ao espectacular festival de bandas "Cagalhão Rock", a realizar às 22:00 em local desconhecido e data incerta.

quinta-feira, fevereiro 11

Consulta aberta



Há dias fui ao centro de saúde a uma consulta das urgências. Chamam-lhe agora consulta aberta. Fui a custo, pois não gosto de ir a esses sítios, afinal, é lá que estão as doenças... Bem, cheguei, esperei cerca de 15 minutos até aparecer a funcionária que me marcou a consulta, não sem antes me dar um valente raspanete por eu não levar o meu cartão de utente. Cartão de utente... Não vou ao médico há tanto tempo que nem sei onde é que ele está. Acho que é um azul... Não consigo perceber como é que hoje em dia, com tanta tecnologia, quando lhes basta inserir o meu nome para terem imediatamente acesso a todos os meus dados, ainda precisamos de um cartão para ir ao médico. E se eu estivesse mesmo mal e quase a morrer? Será que também me pediam o cartão? Perguntei se não havia forma de marcar consulta sem o cartão e se não poderiam procurar os meus dados no sistema através do meu nome. A funcionária fez-me uma cara de poucos amigos, pediu-me os 3 euros e 70 relativos ao preço da consulta, a minha data de nascimento e desapareceu lá para dentro novamente. Mais 15 minutos e regressou com a factura. Tinha a consulta marcada. Não foi assim tão mau. As minhas expectativas também já eram baixas à partida...
Sentei-me. A sala de espera estava repleta de gente descontente e com fome. Ia ser uma longa espera. Ainda bem que tinha ratado um pacote de bolachas antes de ir, pois já era meio-dia e a coisa não parecia que fosse ficar resolvida em tempo útil de almoço.
As salas de espera dos hospitais e centros de saúde são sítios estranhos. Em primeiro lugar porque estão repletas de gente doente, e depois porque as pessoas olham-se e estudam-se umas às outras profundamente, visto não haver nada melhor para fazer para passar o tempo. Há sempre uma panóplia de personagens diferentes que não se conhecem de lado nenhum e que dá a sensação que só se poderiam mesmo encontrar num sítio destes.
À minha esquerda estava um fulano, com os seus 50 e poucos anos, que não se calava.
- Devem-me estar a operar a mulher. - Dizia ele em voz alta, referindo-se ao tempo exagerado que a sua esposa demorava na consulta.
- Daqui a bocado aquela senhora dá-lhe uma coisa. - Continuava a berrar, desta vez referindo-se a uma outra senhora sentada junto à janela com cara de bastante enjoada, visivelmente incomodada com os berros do homem.
- O que vale é que nos vão pagar o almoço. - Dizia uma outra fulana indignada com o tempo de espera.
- Isto cada vez está pior, e a consulta cada vez mais cara. E agora vão todos almoçar e nós ficamos aqui à espera - Bem, o clima era quase de revolução popular quando a enfermeira veio à porta chamar mais alguém para entrar. A esposa do senhor barulhento saiu e ele foi embora. Um silêncio estranho apoderou-se da sala.
Entretanto chegou um senhor de idade bastante avançada a gemer de dor de cada vez que respirava. Parecia que estava mesmo mal, e toda a gente se sentiu incomodada com os seus gemidos de dor que pareciam um pouco despropositados. A coisa durou até um outro senhor de idade meter conversa com ele, aí parece que se esqueceu da dor e os gemidos pararam. Às tantas já estava a recitar quadras infindáveis e a contar histórias da sua juventude. Passado um pouco deixou de ter audiência e os gemidos voltaram. Cerca de metade das pessoas na sala, incomodadas com os gemidos exasperantes de tal personagem, saíram dali e foram aguardar para os corredores. Uma jovem com os seus 20 anos não parava de mandar asneirolas a amaldiçoar o homem. Pareceu-me bastante desagradável, pois senti uma certa simpatia por ele, com todas aquelas histórias que ninguém queria ouvir e com a nítida falta de atenção de que sofria. Nisto chamaram o meu nome. Estive com a médica 5 minutos, passou-me uma receita e vim-me embora. À saída, ao passar pela sala, não pude deixar de sentir uma sensação estranha de simpatia por todas aquelas pessoas que, tendo apenas em comum o facto de estarem em sofrimento e necessitarem de uma atenção especial, partilharam comigo algo mais do que isso. Partilharam histórias, partilharam vidas, partilharam aquele momento único... Acho que durante as cerca de 2 horas em que estive à espera de consulta não disse uma única palavra excepto nesse momento: - Melhoras rápidas para todos.

terça-feira, fevereiro 9

Traduzation

Todos nós em Portugal estamos habituados às falhas de tradução de expressões e títulos estrangeiros para a nossa língua. Veja-se o caso dos filmes, por exemplo. O nome do filme em português raramente traduz o título do filme original. Por que raio? Quem é que está por trás disto? Quem é a alminha que na escuridão da noite se diverte a trocar os nomes aos filmes? Ou será que é pura estupidez? Ou então... será incompetência? Acho que por isso é que quase toda a gente em Portugal fala inglês. Somos tão maus a traduzi-lo que acaba por ser mais fácil falar o raio da língua...



Esta é a capa do filme "Lost in translation" de 2003, Com Bill Murray e Scarlett Johansson. Ora, "lost in translation", que significa obviamente "perdido na tradução", foi traduzido para português com o brilhante título: "O amor é um lugar estranho". Portugal é que é um lugar estranho... Mas se pensarmos bem, o título do filme foi efectivamente perdido na tradução, o que me leva a pensar que se calhar há um pouco de lógica em tudo isto... Afinal, em vez de nos darem imediatamente o nome do filme, dão-nos pistas subtis para nós decobrirmos qual será o verdadeiro título... Estes gajos passaram-se de vez...

quinta-feira, fevereiro 4

Rosa Lobato Faria

Faleceu na passada Terça-Feira, aos 77 anos, a actriz e escritora Rosa Lobato Faria. Foi também autora das letras de inúmeras canções que brilharam no Festival RTP da Canção.

Se o Armando Gama...
O Jorge Palma...
A Florbela Espanca...
O Mário Mata...
A Amélia Muge...
O José Reza...
E o João Chora...
O que a Rosa Lobato Faria?

Descanse em paz...

quarta-feira, fevereiro 3

Virgem Suta

Gosto. Os Virgem Suta são uma banda de Beja com uma sonoridade original e contagiante que transpira simpatia. Parece-me ser um projecto com pernas para andar, caso continuem a demonstrar a humildade natural que os caracteriza, tão invulgar neste nosso panorama musical a abarrotar pelas costuras de "vedetas".

segunda-feira, fevereiro 1

Nota mental

Lembrar de fazer a barba um dia destes.

domingo, janeiro 31

Nota mental

Lembrar de deixar de ir ver concertos de certas bandas que me fazem dor de cabeça.

Reggae-bofe


Por que raio dizemos que as amizades coloridas são coloridas? Será que é por todas as outras serem cinzentas? Se ao menos as pessoas pudessem ser tão coloridas como as amizades...

quinta-feira, janeiro 28

Feliteira...

Hoje vou falar de comboios e de uma terra chamada Feliteira... A história passou-se comigo por volta de 1993/94, tinha eu 16/17 anos. Era Sábado à noite e fui com uns amigos a uma discoteca na Amadora. Como adolescentes sem carro que éramos, costumávamos ir de comboio, e foi o que aconteceu nessa noite. Até aqui tudo bem. A minha odisseia começou na altura de voltar para casa, na Malveira.

Como, em virtude do meu charme natural, tive mais sorte do que os meus amigos e consegui sacar uma morenaça local na discoteca, quando chegou a hora de vir embora para apanhar o último comboio do dia, achei que não podia deixar o assunto inacabado e optei por ficar mais umas horitas, vindo depois no primeiro comboio da manhã, que saía da Amadora às 6:00. Até aqui tudo bem também, não é que eu sacasse muitas morenaças valentes na altura, mas o que se passou a seguir ofuscou tudo o resto...

Às 6:00, ainda de noite, lá estava eu, sózinho, a morrer de sono e com frio dentro do comboio. Estava completamente deserto. Entrei pela carruagem da 1ª classe e não resisti a sentar-me nos bancos fofinhos e felpudos, em vez de ir, feito otário, nos piores lugares de um comboio vazio. Má opção... Penso que não deve ter tardado 5 minutos até ferrar a pestana.

Acordei com o pica a bater-me nos ombros e a pedir-me o bilhete... Lá o encontrei a custo e entreguei-lho ainda com um olho fechado.
- Este bilhete é só até à Malveira - Disse ele com um ar de quem me queria bater. Pedi-lhe desculpa e disse-lhe que tinha adormecido, mas ele não ficou nada convencido.
- E agora? - Perguntei eu a medo, sem saber bem o que me poderia acontecer ali, num comboio deserto, às mãos daquele revisor psicopata. Nem sabia bem que horas eram, nem onde é que estava...
- Agora sais já aqui! - Berrou ele imediatamente. Nisto o comboio parou. Saí... Estava na Feliteira. Um apeadeiro deserto no meio de lado nenhum, que eu nunca tinha ouvido falar, algures entre a Malveira e Torres Vedras. Ainda perguntei ao revisor, que me acompanhou à porta para se certificar que eu saía do comboio, a que horas passava o próximo comboio no sentido contrário. Ele disse que passava um logo a seguir. Fiquei mais ou menos descansado e lá me sentei no banquito do apeadeiro. Eram 7 e picos e estava a amanhecer...

Às 8:00 passou o tal comboio, só que não parou. Fiquei com cara de parvo a vê-lo passar... Era Domingo, e aos Domingos os comboios não paravam nos apeadeiros. Mas o pior de tudo é que eu não sabia isso. Não havia qualquer informação acerca dos horários dos comboios, nem havia absolutamente ninguém! Avistavam-se apenas umas casitas ao longe, que deviam ser a Feliteira...



A foto não é do apeadeiro da Feliteira, mas do apeadeiro que fica imediatamente a seguir, para quem vem no sentido norte-sul. Chama-se Zibreira/Gozundeira e o cenário é bastante idêntico...

Nesse momento comecei a ficar um pouco chateado com toda aquela situação, e sonhava com o momento de chegar à minha caminha. Esperei mais uma hora ou duas no apeadeiro, a ver se parava algum comboio, mas nada. Estaria aquilo mesmo a acontecer? Quando é que eu ía saír dali? Eram questões que não me saiam da cabeça...

Sem saber bem o que fazer, decidi ir explorar a povoação em busca de informações acerca dos comboios. Cheguei a uma espécie de Taberna/Mercearia/Café/Papelaria, digna de um filme do Kusturika, onde estava apenas um homem de idade avançada atrás do balcão. Expliquei-lhe a custo a minha história, que até para mim era confusa, e perguntei-lhe se tinha um horário dos comboios, para eu poder ver se, afinal, algum comboio parava na Feliteira ao Domingo. O senhor foi bastante simpático e compreensivo, e o melhor de tudo é que tinha mesmo um horário, que ele próprio decifrou, dizendo-me que havia um comboio para a Malveira que parava ali às 14:15. Agradeci e vim-me embora sem consumir nada, pois devia ter o dinheiro quase à conta para o bilhete.

Fui novamente para o apeadeiro que, por incrível que pareça, era mesmo o melhor sítio para estar em toda a Feliteira, e sentei-me. Com aquilo tudo já era quase meio-dia. Estava completamente podre e já mal conseguia abrir os olhos... Adormeci...

Acordei sobressaltado com o barulho de um comboio a parar. Finalmente!!! Lá me levantei e entrei. Outra má opção... Ainda não me tinha sentado quando percebi que o comboio estava a andar para o lado errado... Que grande bronca! Como é que é possível!? Como é que isto me está a acontecer!? Estava-me a afastar ainda mais de casa...

Bem, a única opção era sair logo na próxima estação (se parou na Feliteira, devia parar em todo o lado), e esperar que o revisor não aparecesse. Tentei-me esconder, mas não resultou. Tive mesmo de pagar o bilhete para a estação seguinte: Dois Portos. Pelo menos era uma estação... Tinha horários disponíveis, e até tinha um funcionário. O problema é que eu já não tinha dinheiro para pagar o bilhete para casa. Que situação... Expliquei novamente a minha história ao chefe da estação, que foi impecável, e meteu, do próprio bolso, o dinheiro restante para eu poder comprar o bilhete para a Malveira. Esperei mais umas horas e apanhei o comboio às 16:45.

Cheguei a casa às 18:00 mais morto do que vivo, meio grogue por causa de toda aquela situação, mas com uma satisfação estranha... Tinha tido um dos piores dias da minha vida, mas pelo menos tinha uma história, realmente inacreditável, para contar. Até já mal me lembrava da morenaça que tinha comido na noite anterior.

Demorei 12 horas para ir da Amadora à Malveira, que são pouco mais de 20 Kms. Foi a mais longa viagem de comboio da minha vida e jamais a esquecerei.

Quero hoje, passados quase 20 anos, agradecer ao senhor da mercearia da Feliteira e ao chefe da estação de Dois Portos. Sem eles, se calhar, ainda andava para aí de estação em estação...

quarta-feira, janeiro 27

Pensamento do dia

Palavras não passam disso mesmo. Tanto e tão pouco...

terça-feira, janeiro 26

Marketing tradicional

Hoje vou falar da minha passagem de ano. Não desta, sobre a qual não faço comentários, mas da outra antes, a de 2008 para 2009.

Foi uma passagem de ano divertida passada em Vila Real de Santo António, e teve todos os excessos usuais da data, até por parte dos comerciantes locais. Num supermercado da cidade, no dia 1 de Janeiro, deparei-me com esta extraordinária promoção. Duas garrafas de refrigerante pelo preço de duas garrafas de refrigerante... Para quê comprar uma por €0,60 quando se podem levar duas por €1,20? Não sei se era pelos clientes estarem ainda meio grogues devido aos efeitos da noite da passagem de ano, mas o que é facto é que o produto estava a escoar bem. Estratégias de marketing? Não é preciso... Basta apanhá-los meio bêbados...

segunda-feira, janeiro 25

O tecto caiu

Sendo os abanões de terra o assunto do momento, lembrei-me de partilhar uma situação que me aconteceu o ano passado na manhã do dia 23 de Fevereiro de 2009.

Por volta das 9 horas, e tal despertador, parte do reboco do tecto do meu quarto caiu, provocando um enorme estrondo. Acordei sobressaltado, como seria de esperar numa situação daquelas, sem perceber bem o que tinha acontecido. Um tremor de terra? Uma explosão? O fim do mundo? Não... Foi só o tecto que caiu... Acontece-me cada coisa... Felizmente foi no local oposto à minha cama, sobre o bengaleiro, senão o sucedido poderia ter causado danos bem piores...

domingo, janeiro 24

O termoventilador assassino



Aqui há 6 ou 7 anos adquiri, numa grande superfície, um pequeno termoventilador amarelo com pés de pato. Passado uns meses, grande é o meu espanto quando, na mesma superfície comercial, me deparo com um enorme cartaz advertindo para o facto de o tal termoventilador amarelo de pés de pato ter um defeito na concepção que poderia vir a constituir perigo para os utilizadores, e como tal deveria ser devolvido, sendo todos os clientes reembolsados do valor que despenderam na compra do dito electrodoméstico. Mas como eu gosto de viver a vida perigosamente, e o "patito" até funcionava mais ou menos, nunca o devolvi...

Passados estes anos o termoventilador continua a funcionar e eu continuo por cá. Não é um electrodoméstico vulgar, pois sei que contém nele um poder assassino oculto que poderá ser despoletado a qualquer momento, mas gosto dele por isso mesmo. Temos uma relação estranha de amor-ódio e todos os Invernos jogamos uma espécie de termo-roleta-russa, onde a qualquer momento pode acontecer algo de terrível a um de nós...

sábado, janeiro 23

Os soldados de Baco

Como hoje é sábado vou postar uma música, ou melhor, um vídeo, ou melhor ainda, um vídeo de uma grande música de um enorme autor e compositor da música portuguesa - Fausto Bordalo Dias.



Com coisas assim em Portugal, como é possível continuarmos a consumir às carradas a merda que vem lá de fora? Merda e estrume... Também vem muito estrume, que é merda na mesma, mas com um nome diferente que não soa tão mal.

Há coisas que se fazem, coisas que se fumam, coisas que se lêem, coisas que se ingerem, coisas que se bebem... Mas há coisas que basta ouvir. Vamos lá a abrir esses orifícios, relaxar e deixar entrar... Vão ver que não dói nada.

Ah, já agora devo acrescentar que o vídeo foi montado por mim, recorrendo a imagens de arquivo (não digo de quem) e excertos do videoclip original do Fausto.

sexta-feira, janeiro 22

Belenenses 11 - Porto 12

Desanimado com a fraca prestação do meu clube durante esta temporada, foi quase com indiferença que assisti ao começo do jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal, entre o Belenenses e o Porto, na passada 4ª feira à hora de jantar. O Belenenses, além de ocupar a última posição da liga portuguesa de futebol, encontrava-se, devido a lesões e castigos, completamente desfalcado, ao ponto de apenas ter 17 jogadores disponíveis.

Com todas estas condicionantes, seria de prever que o Belenenses fosses facilmente "esmagado" pelo poderio do F. C. do Porto, que jogava nesta partida a permanência na Taça de Portugal, um dos seus objectivos principais para esta temporada. Mas tal não aconteceu... O Belém marcou o 1º golo, seguindo-se rapidamente o empate do Porto. Embora a equipa do Porto estivesse a dominar, o Belenenses dava sinais de não estar tão fragilizado quanto poderia parecer.

Na segunda parte, nova vantagem para o Belenenses, seguida de novo empate do Porto. Veio o prolongamento e nada mudou. Penaltis! Num jogo de nervos que fez o meu coração azul bater como há muito não acontecia, era mesmo o que faltava... E foram 30! Trinta penaltis para decidir o vencedor. É obra! O jogo ficou a 4 penaltis de igualar o recorde do mundo e entrar para o guinness. Quase que me ia dando uma coisa...

Por fim, perdemos, mas ficou claramente a sensação que é possível sair da crise em que nos encontramos e abandonar de uma vez os últimos lugares da tabela. Se a equipa jogou assim com tantas lesões e castigos, o que poderá fazer quando tiver todos os jogadores disponíveis?

quinta-feira, janeiro 21

Haiti

Tinha uma piada introdutória estrondosa para contar sobre o Haiti, mas como ainda passou pouco tempo sobre a catástrofe, acho que ainda é cedo para a divulgar. Mas podem crer que é de fazer tremer o chão!

É enorme o fluxo de pessoas, máquinas, alimentos e todo o tipo de ajuda humanitária que aflui nesta altura ao Haiti. Mas e o refluxo? E as criancinhas que estão a ser raptadas para o mercado negro? Quem é que está a controlar isto num país que já era um dos mais pobres de todo o continente americano, e que agora ficou completamente dizimado? Espero que não sejam os chineses... Diz que comem criancinhas ao pequeno almoço. E eu acredito. Desculpem lá, mas isto faz-me lembrar quando os abutres afluem em massa a uma carcaça podre. Acho que a intenção deles também é sempre ajudar...