domingo, fevereiro 14

Negrão

Porque é que em português se diz negrito quando metemos as letras mais gordinhas num editor de texto? Porque não dizemos simplesmente negro? Quando metemos as letras meio de lado não dizemos italicozito, pois não? Será racismo? Será por termos receio de conotar tão obviamente a raça negra com algo de maior espessura que o habitual como é o caso das letras gordinhas? Talvez daí tenha vindo o diminutivo negrito. Para contrabalançar... Acho que houve alguém que sugeriu negrão, mas levou 10 chibatadas e foi vendido na semana seguinte a uns espanhóis...

Em inglês a palavra é "bold". Fui ao tradutor da google ver quais as traduções possíveis para português e surgiram os seguintes resultados: arrojado, atrevido, audaz, corajoso, forte, vigoroso, íngreme e... negrito. Que raio? Acho que há aqui qualquer coisa que não encaixa...

sábado, fevereiro 13

T-Shirts




sexta-feira, fevereiro 12

Cagalhão Rock

Fiquei com a sensação que depois do último post o blog ficou um bocado apaneleirado... Para cortar esse sentimento, anuncio hoje em primeira mão que o blog "morte & vários" se associou ao espectacular festival de bandas "Cagalhão Rock", a realizar às 22:00 em local desconhecido e data incerta.

quinta-feira, fevereiro 11

Consulta aberta



Há dias fui ao centro de saúde a uma consulta das urgências. Chamam-lhe agora consulta aberta. Fui a custo, pois não gosto de ir a esses sítios, afinal, é lá que estão as doenças... Bem, cheguei, esperei cerca de 15 minutos até aparecer a funcionária que me marcou a consulta, não sem antes me dar um valente raspanete por eu não levar o meu cartão de utente. Cartão de utente... Não vou ao médico há tanto tempo que nem sei onde é que ele está. Acho que é um azul... Não consigo perceber como é que hoje em dia, com tanta tecnologia, quando lhes basta inserir o meu nome para terem imediatamente acesso a todos os meus dados, ainda precisamos de um cartão para ir ao médico. E se eu estivesse mesmo mal e quase a morrer? Será que também me pediam o cartão? Perguntei se não havia forma de marcar consulta sem o cartão e se não poderiam procurar os meus dados no sistema através do meu nome. A funcionária fez-me uma cara de poucos amigos, pediu-me os 3 euros e 70 relativos ao preço da consulta, a minha data de nascimento e desapareceu lá para dentro novamente. Mais 15 minutos e regressou com a factura. Tinha a consulta marcada. Não foi assim tão mau. As minhas expectativas também já eram baixas à partida...
Sentei-me. A sala de espera estava repleta de gente descontente e com fome. Ia ser uma longa espera. Ainda bem que tinha ratado um pacote de bolachas antes de ir, pois já era meio-dia e a coisa não parecia que fosse ficar resolvida em tempo útil de almoço.
As salas de espera dos hospitais e centros de saúde são sítios estranhos. Em primeiro lugar porque estão repletas de gente doente, e depois porque as pessoas olham-se e estudam-se umas às outras profundamente, visto não haver nada melhor para fazer para passar o tempo. Há sempre uma panóplia de personagens diferentes que não se conhecem de lado nenhum e que dá a sensação que só se poderiam mesmo encontrar num sítio destes.
À minha esquerda estava um fulano, com os seus 50 e poucos anos, que não se calava.
- Devem-me estar a operar a mulher. - Dizia ele em voz alta, referindo-se ao tempo exagerado que a sua esposa demorava na consulta.
- Daqui a bocado aquela senhora dá-lhe uma coisa. - Continuava a berrar, desta vez referindo-se a uma outra senhora sentada junto à janela com cara de bastante enjoada, visivelmente incomodada com os berros do homem.
- O que vale é que nos vão pagar o almoço. - Dizia uma outra fulana indignada com o tempo de espera.
- Isto cada vez está pior, e a consulta cada vez mais cara. E agora vão todos almoçar e nós ficamos aqui à espera - Bem, o clima era quase de revolução popular quando a enfermeira veio à porta chamar mais alguém para entrar. A esposa do senhor barulhento saiu e ele foi embora. Um silêncio estranho apoderou-se da sala.
Entretanto chegou um senhor de idade bastante avançada a gemer de dor de cada vez que respirava. Parecia que estava mesmo mal, e toda a gente se sentiu incomodada com os seus gemidos de dor que pareciam um pouco despropositados. A coisa durou até um outro senhor de idade meter conversa com ele, aí parece que se esqueceu da dor e os gemidos pararam. Às tantas já estava a recitar quadras infindáveis e a contar histórias da sua juventude. Passado um pouco deixou de ter audiência e os gemidos voltaram. Cerca de metade das pessoas na sala, incomodadas com os gemidos exasperantes de tal personagem, saíram dali e foram aguardar para os corredores. Uma jovem com os seus 20 anos não parava de mandar asneirolas a amaldiçoar o homem. Pareceu-me bastante desagradável, pois senti uma certa simpatia por ele, com todas aquelas histórias que ninguém queria ouvir e com a nítida falta de atenção de que sofria. Nisto chamaram o meu nome. Estive com a médica 5 minutos, passou-me uma receita e vim-me embora. À saída, ao passar pela sala, não pude deixar de sentir uma sensação estranha de simpatia por todas aquelas pessoas que, tendo apenas em comum o facto de estarem em sofrimento e necessitarem de uma atenção especial, partilharam comigo algo mais do que isso. Partilharam histórias, partilharam vidas, partilharam aquele momento único... Acho que durante as cerca de 2 horas em que estive à espera de consulta não disse uma única palavra excepto nesse momento: - Melhoras rápidas para todos.

terça-feira, fevereiro 9

Traduzation

Todos nós em Portugal estamos habituados às falhas de tradução de expressões e títulos estrangeiros para a nossa língua. Veja-se o caso dos filmes, por exemplo. O nome do filme em português raramente traduz o título do filme original. Por que raio? Quem é que está por trás disto? Quem é a alminha que na escuridão da noite se diverte a trocar os nomes aos filmes? Ou será que é pura estupidez? Ou então... será incompetência? Acho que por isso é que quase toda a gente em Portugal fala inglês. Somos tão maus a traduzi-lo que acaba por ser mais fácil falar o raio da língua...



Esta é a capa do filme "Lost in translation" de 2003, Com Bill Murray e Scarlett Johansson. Ora, "lost in translation", que significa obviamente "perdido na tradução", foi traduzido para português com o brilhante título: "O amor é um lugar estranho". Portugal é que é um lugar estranho... Mas se pensarmos bem, o título do filme foi efectivamente perdido na tradução, o que me leva a pensar que se calhar há um pouco de lógica em tudo isto... Afinal, em vez de nos darem imediatamente o nome do filme, dão-nos pistas subtis para nós decobrirmos qual será o verdadeiro título... Estes gajos passaram-se de vez...

quinta-feira, fevereiro 4

Rosa Lobato Faria

Faleceu na passada Terça-Feira, aos 77 anos, a actriz e escritora Rosa Lobato Faria. Foi também autora das letras de inúmeras canções que brilharam no Festival RTP da Canção.

Se o Armando Gama...
O Jorge Palma...
A Florbela Espanca...
O Mário Mata...
A Amélia Muge...
O José Reza...
E o João Chora...
O que a Rosa Lobato Faria?

Descanse em paz...

quarta-feira, fevereiro 3

Virgem Suta

Gosto. Os Virgem Suta são uma banda de Beja com uma sonoridade original e contagiante que transpira simpatia. Parece-me ser um projecto com pernas para andar, caso continuem a demonstrar a humildade natural que os caracteriza, tão invulgar neste nosso panorama musical a abarrotar pelas costuras de "vedetas".

segunda-feira, fevereiro 1

Nota mental

Lembrar de fazer a barba um dia destes.